Entre a igreja e a delegacia - A violência doméstica em lares cristãos

em 05 março 2018




Um tema bastante atual, porém pouco abordado nas igrejas é sobre a violência doméstica em lares cristãos, mulheres que são agredidas fisicamente, psicologicamente e emocionalmente por seus maridos que são líderes e não líderes em suas congregações que frequentam.



Sim isto é mais comum do que você imagina, se não acontece com você aí na sua casa não desacredite que existem "pessoas cristãs" que cometem este tipo de atrocidade, se você não tem coragem de cometer tal crime, existem homens na igreja que você frequenta todos os domingos que cometem este tipo de crime e se escondem atrás da Bíblia e ameaça a sua esposa dizer que seus ferimentos foram causados por causa de um descuido dela, porque ela mesma caiu.


Eu mesma já presenciei este tipo de coisa na igreja que frequento e vou contar um pouco como era, e o que o pastor da minha congregação fez a respeito disto - Vocês vão se surpreender!

 
 

As violências domésticas vem seguido de uma cultura ou de um império machista (como diz meu marido), onde o ego masculino e suas necessidades fossem mais importantes do que as necessidades do outro, no machismo não há empatia, misericórdia e nem amor verdadeiro. Muitos homens veem as suas esposas apenas como objeto sexual e uma escrava doméstica, uma serva na qual ela tem a obrigação e o dever de atender todas as suas vontades na hora que ele desejar.



Graças a Deus eu tenho um marido maravilhoso, porque eu mereço? Sim, todas nós merecemos, mas antes de se casar temos que ter a direção de Deus e deixar que ele escolha nossos parceiros que nos acompanharão pela vida toda ou parte dela. Casamento não é brincadeira, é coisa séria e antes de escolhermos um marido temos que analisar tudo nele e não sair distribuindo "sim" pra qualquer um que nos promete amor, até mesmo daqueles que andam com a Bíblia debaixo do braço e parece ser tão "santo" a ponto de merecer uma "canonização". Minha mãe sempre me dizia que eu deveria prestar mais atenção na forma como meu namorado tratava a mãe dele, porque era exatamente daquele jeito que eu seria tratada.



Na fase do namoro qualquer homem por mais "ogro" que seja, ele se transforma num "verdadeiro príncipe", mas como sabemos que todo encanto termina a meia-noite, um dia este encanto pode acabar e você se ver numa situação horrível e complicada. Um homem com tendências a ser violento ele já demonstra isso no primeiro mês de namoro.

 
 

Ele tem ciúmes exagerado, tenta te controlar, pede que se afaste dos amigos (as), faz chantagens emocionais dizendo que você não o ama mais, te impede de trabalhar, ou explora seu salário, implica com suas roupas mesmo elas sendo compostas, não te deixa conversar com nenhum homem a não ser seu pai - e olhe lá ainda, não te deixa sair sozinha, te xinga, te agride "de leve" com pequenos empurrões ou beliscos na desculpa que fez isso porque te ama e quer te proteger.

 
 

A mulher apaixonada acredita porque tudo o que ela deseja é um relacionamento de contos de fadas com muito amor e proteção, e o homem violento sabe disso e estas são as armas dele contra você. Daí você me pergunta: Nossa como você sabe de tudo isso? Você já namorou com homem assim? E eu te respondo: - Não! Eu sempre selecionei muito bem e com muito cuidado os tipo de homem que seria meu namorado, porque sou adepta da seguinte filosofia de vida:

 
 
 

Antes dó que mau acompanhada!


*Um dia eu vi isto acontecer não comigo, mas com uma irmã da igreja que frequento, na qual a mesma depois de tanto sofrer e ser injustiçada ela saiu e está no mundo. Mas esta história começa com um homem que é analfabeto, mas tem um cargo de liderança na igreja, ele é diácono e se casou com esta mulher que vinha de uma família com recursos financeiros bem escassos e viu nele um meio de viver bem e melhor, embora ele não tenha estudo, sua leitura e escrita bem ruim, ele sempre conseguia bons empregos e ganhava bem.



*Este irmão diácono sempre muito bem vestido, o seu perfume dava pra sentir de longe, sempre bem arrumado e perfumado, com melhores roupas e perfumes caros, mas desprovido de beleza, sempre demonstrava ser um homem de caráter e de princípios, sua bíblia sempre debaixo do braço e nunca se atrasava. Ele sempre estava de prontidão para ajudar o pastor, seus dízimos eram altos e sua alimentação eram sempre comidas de marca - ou seja tudo do bom e do melhor.



*Sua esposa andava com as melhores roupas, comia da melhor comida e sua filha era tratada como uma princesa, era o cenário da família perfeita e bem sucedida, porém por detrás da aparência perfumada e bem vestida ele se escondia atrás de sua bíblia enorme de letras grandes. Sua esposa sempre aparecia nos cultos com um roxo em lugares diferentes e sempre dizia para as mulheres mais velhas e casadas que ela havia caído quando estava limpando a sua casa.



*Mais tarde, quando seu casamento veio a ruína ela abriu a boca e disse que era agredida constantemente pelo seu marido e sofria muito com seu machismo. Este homem admirado por outros homens da igreja era na verdade um homem violento e extremamente machista.

 
 

*Ele trancava sua esposa em casa enquanto ele saia para trabalhar e levava a chave (cárcere privado). Quando ela se recusava em ter relação sexual com ele, ele batia nela (Violência física). Quando ela estava menstruada ele a ofendia chamando ela de imunda e não dormia com ela (Violência psicológica); e isto durou por uns anos, não sei bem quanto tempo até que ela se sentiu desprotegida e foi relatar para o pastor que por sua vez retirou o dele da reta dizendo que era problema dos dois e colocar ele de disciplina iria causar escândalos e que ele não podia fazer nada por ela, que a família dela a ajudasse. Sim o pastor pulou fora porque não queria perder o dizimo gordo que este diácono violento dava na igreja.



*Eles se separaram, mas ela não pode levar sua filha consigo porque ele ameaçou de chamar a policia para ela. Nesta época dos fatos não havia lei Maria da Penha então não existia leis que protegia esta mulher injustiçada e ferida. Quando sua filha cresceu, ela saiu da casa do pai e foi morar com sua mãe.



*Havia uma outra mulher na igreja que seu marido bebia muito e não gostava que ela frequentasse igreja, e batia nela sempre que podia, os homens da igreja tinha mais medo dele do que as mulheres e ela não tinha ajuda de ninguém, nem mesmo de sua família. Ela sofria de violência patrimonial, porque mesmo ela tendo direito na casa, ele a ameaçava com mentiras, mantendo ela assim sem lugar para ir, sem dinheiro, sendo coagida de maneira brutal e covarde. O pastor não a ajudava, mas sempre aceitava seus dízimos e suas ofertas.



É um absurdo o número de mulheres que são violentadas no Brasil, e ao todo 40% delas vem de lares cristãos (segundo a pesquisa realizada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie com base nos dados colhidos das ONGs) e estas mulheres na sua maioria são esposas de pastores. A igreja deveria ser um lugar onde encontramos paz, segurança e amor. Eu já fiz outro post sobre este tema, que o link vai estar no rodapé deste post.
 

 

A Bíblia condena este tipo de prática, a mulher não foi feita para ser espancada, agredida por homem nenhum, quanto mais eu leio a bíblia mais eu sou a favor do feminismo, o feminismo que cria leis em proteção a mulher, que bate de frente contra o machismo e a violência doméstica. O lar deveria ser um lugar onde a mulher se sinta segura e não o contrário.



Agora nós vamos para a Bíblia e ler os versículos que colocam os homens em seus lugares e que desbanca o machismo e a violência domestica. A Bíblia afirma que o homem que violenta sua mulher Deus não ouve mais as suas orações, ele pode esconder das pessoas a sua falta de caráter e seu comportamento violento, mas não esconde de Deus. Leia 1 Pedro 3:7-13.



Este assunto é tão grave que Deus mesmo deixa de ouvir e atender orações de homens violentos com suas esposas, a sua oração e sua vida "aparente de um cristão correto diante de Deus" é inútil, podre e abominável para Deus.

 
 

Segundo dados da central de Atendimento a Mulher, o ligue 180, registrou em 2015 749.024 atendimentos entre denuncias e orientações (agora em 2018 este número deve ter aumentado). Em média, esses números equivale a:


  • 62.418 ligações mensais e 2.052 por dia. Deste total,
  • 76.651 são relatos de violência, destas agressões
  • 50,16% são físicas,
  • 30,33% são psicológicas,
  • 7,25% é moral,
  • 2,10% é patrimonial,
  • 4,54% sexual,
  • 5,17% de cárcere privado e
  • 0,46% de tráfico de mulheres


O levantamento aponta também que mais de 77% das vítimas tem filhos e que aproximadamente 80% deles presenciam ou também sofrem agressões. Estima que de 3 a cada 5 mulheres sofrem violência no mundo. E na igreja esta realidade não é diferente, e as mulheres evangélicas que sofrem este tipo de violência são de seus parceiros que professam da mesma fé.




O que vem a ser a violência doméstica contra a mulher?


 

Violência é o ato de agressão ou mesmo a omissão que causa sofrimento físico ou psicológico à vítima. A violência contra a mulher pode acontecer em qualquer lugar, na rua ou em casa. Quando a mulher sofre qualquer tipo de agressão na rua, estará amparada, como todo cidadão, pelas leis comuns, devendo procurar imediatamente a delegacia mais próxima.



Quando a violência é praticada em casa, por familiares, por pessoas que convivem no mesmo ambiente doméstico – mesmo que não sejam parentes (ex.: agregados, hóspedes etc.) – ou pelo marido, companheiro ou companheira, a mulher agredida terá a proteção da Lei 11.340, que ficou conhecida como “Lei Maria da Penha”. São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

 
 

 I - A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; exemplos: Empurrões, tapas, pontapés, mordidas, cortes, murros, queimaduras, espancamentos, ser ameaçada com arma, ser trancafiada em casa;

 
 

 II -  A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

 
 

 III -  A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
 

 

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

 
 

 V - A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Calúnia é a falsa acusação. Por exemplo, uma pessoa ser acusada de ter cometido um crime que não cometeu. Difamação é a imputação a alguém de fato ofensivo à sua reputação. Injúria é ser ofendida com palavrões e xingamentos.




O que a igreja pode fazer por essas irmãs?


 

Criar grupo de apoio à vítima de violência na igreja; o papel preventivo de conscientização; ajudar o agressor e afastando o mesmo de seus cargos e liderança até que ele mude de comportamento. Dar suporte emocional, psicológico e financeiro para a mulher/irmã vítima de violência. Não apoiar este tipo de conduta da parte dos homens. É importante a igreja ter palestras sobre estes assuntos, sem distorcer os versículos bíblicos para oprimir a mulher, sendo coerente com a palavra de Deus.



É importante ensinar homens e mulheres a terem uma relação de respeito e de cumplicidade. Homens e mulheres não precisam viver em guerra, pois diante de Des todos nós somos iguais. Não se cale, denuncie qualquer prática agressiva, Jesus não legitima qualquer violência contra pessoas, especialmente contra a mulher cujo marido tem o dever de amar e proteger.



E você se pergunta, e agora, meu marido é pastor e me bate, me xinga, acaba com meu emocional, me humilha de todas as formas possíveis o que devo fazer? Denuncio ou fico calada? A Bíblia não manda que a mulher tolere o homem violento, ser submissa não é ser pau mandado e nem escrava do lar e sexual, não é ser subjugada, ser submissa é ser parceira na vida, é ajudar, complementar, somar, viver os dois num só objetivo onde ninguém sai ganhando e nem perdendo. Não se sinta culpada pelo Ministério dele estar arruinado, saiba que ele plantou isto e não você.



Se você vive esta situação ou conhece alguém DENUNCIE, denuncie na igreja e na delegacia da mulher, não tenha medo das ameaças que você receberá do pastor ou do marido alegando que se você denunciar um "homem de Deus" você será castigará por Deus por isso ou por você está delatando um "ungido de Deus" e por esta denuncia você pagará caro por isto - é mentira!, todo agressor ameaça suas vítimas para que ele continue com os abusos.



Conte com a colaboração das mulheres de sua igreja, use as leis para se proteger e se caso você tiver que se divorciar, divorcie, salve sua vida e sua integridade física, intelectual, emocional e espiritual, mude de igreja, vai viver sua vida longe desse lobo com pele de cordeiro. Não fique na dúvida entre a delegacia e a igreja, vá a delegacia e continue indo na igreja, sua denuncia não trará escândalos, mas as atitudes hediondas do seu marido pastor, você é vítima, precisa salvar sua vida e de seus filhos antes que seja tarde demais.


 











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Foto: Google
Fonte: Pesquisa feita pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Central atendimento a mulher 180.
Versículos: Site Bíblia online



*Os nomes do relato verídico acima foram ocultados por preservação da conduta moral dos personagens envolvidos. E os mesmos não permitiram que seus nomes fossem revelados. Nome da igreja que frequento também não será revelada por parte da mesma ter proibido qualquer menção em meus blogs resguardando assim de exposição em massa.






 

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